7 de setembro de 2009

Independência ou Morte! [ Gulliver ]

Marcos Levy Pina Gouvêa Crespo


No ano de 1972, por ocasião da comemoração dos 150 anos de independência do Brasil, o sesquicentenário, a Gulliver, fundada em 1970 pelos mesmos donos da antiga Casablanca, lançou o conjunto Independência ou Morte. Tal lançamento representou uma exceção nesse segmento de figuras de plástico posto que retratava um tema nacional. A maioria das peças congêneres acessíveis no mercado, com produção industrial, tinham, via de regra, como tema, as figuras de “Forte Apache”.

A primeira coisa que chamava a atenção era a beleza da caixa que trazia o conjunto completo, e talvez aí resida seu sucesso. Trazia reproduzida a pintura de Pedro Américo de mesmo título, mas também conhecida por Grito do Ipiranga, feita no final do século XIX, portanto, algumas décadas depois do fato retratado. A caixa era de uma beleza que rivalizava com as caixas dos conjuntos da linha “Forte Apache”. Seu colorido atraía naturalmente o olhar das crianças.

O conjunto trazia 14 figuras em diferentes poses sendo oito a cavalo e seis a pé. O destaque era para a figura de D. Pedro I, a cavalo, na pose clássica do momento do grito de independência. Querem alguns colecionadores que uma das figuras a pé seja também D. Pedro mas não há consenso quanto a isso e a maioria entende que não. Os cavalos eram de dois tipos sendo um deles com base, em pose de movimentação, e o outro com as quatro patas no chão representando uma pose estática. Há referência a um outro tipo de cavalo, também com base, só que mais alongada, mas que não fazia parte do que era apresentado em catálogo. Além das figuras humanas e dos cavalos, havia também as barracas que vinham com uma bandeira do Império colada. Essas barracas em geral eram verdes mas podiam ser também na cor laranja ou em cor clara acinzentada. Eventualmente uma caixa podia trazer duas figuras com a mesma pose e faltando outra. As mantas dos cavalos e suas selas também não tinham uma uniformidade. O uniforme dos dragões a cavalo passa a impressão de fidelidade ao original embora, nos detalhes, deixe a desejar.

Infelizmente não houve um esmero da parte da Gulliver com relação a pintura, o que fez com que fossem raras as figuras desse conjunto que chegam aos nossos dias com a pintura preservada.

Uma curiosidade em relação ao brinquedo é que uma das figuras a cavalo traz a bandeira imperial. Mas isso é um anacronismo pois não existia essa bandeira em Sete de Setembro de 1822. Esse detalhe e os eventuais problemas quanto ao uniforme não tiram o brilho do brinquedo. Afinal, não existe esse tipo de compromisso, e nunca existiu, na confecção de brinquedos por parte de qualquer fábrica do mundo. Grandes e renomados fabricantes cometeram vários erros do mesmo jaez. E, convenhamos, o primeiro componente do brinquedo e do universo lúdico, de u`a maneira geral, é a fantasia.

Produzido até 1978, aí já não mais com a caixa e trazendo as figuras monocromáticas, geralmente em verde ou amarelo, e com o nome Tropas Imperiais, o conjunto Independência ou Morte é uma referência para quem tem mais de 40 anos de idade.

Imagens de coleção:






Imagens de catálogos Gulliver:


6 de setembro de 2009

Genius [ Estrela ]

Alê Nunes


Em 1980 a Manufatura de Brinquedos Estrela lançou o Genius, um dos primeiros jogos eletrônicos a chegar ao Brasil.

Muito parecido com o disco voador, com quatro grandes botões iluminados (verde, vermelho, amarelo e azul) em sua superfície, se tornou um grande sucesso não só entre as crianças, mas também entre os adultos dispostos a passar bons momentos se divertindo.



O Genius possui quatro tipos de jogos, sendo o mais comum o “Genius Comanda”, em que o próprio jogo exibe uma seqüência de cores e o jogador deve repeti-la. São quatro níveis de habilidade. Para entender melhor todas as possibilidades do Genius, consulte seu manual:


Criado em 1977 for Ralf H. Baer e lançado nos Estados Unidos em 1978, seu nome original é Simon, inspirado em uma brincadeira chamada “Simon Says” (Simon Diz), em que um grupo de crianças deve seguir às ordens de um líder. Nos Estados Unidos, o Simon nunca parou de ser fabricado, mas ao longo dos anos teve seu layout atualizado e versões portáteis. Já no Brasil, houve um grande hiato na existência do Genius. Depois dos anos 80, o jogo voltou às prateleiras somente em 2007 em uma nova versão, chamada Genius Simon. 

Ralf H. Baer também é o criador de outro brinquedo muito conhecido nos anos 80, o vídeo game Odyssey.

5 de setembro de 2009

Cine Show [ Estrela ]

Alê Nunes

 

No início da década de 80 a Estrela lançou o Cine Show, um projetor de slides com histórias dos personagens Disney, Turma da Mônica e do Pelezinho, de Maurício de Souza.

O conjunto era composto por um projetor mais dezesseis tirinhas (slides), como as que vemos em jornais, de historinhas curtas, com sete quadrinhos cada.Também existiam pacotes avulsos, apenas com tirinhas, para quem já possuía o projetor. Com o conjunto em mãos, era necessário apenas uma superfície plana para projetar os slides. A escolha dos personagens Disney e Turma da Mônica era óbvia, e praticamente já garantia o sucesso de vendas. Já a escolha do Pelezinho foi muito criativa e até inesperada. 

A numeração dos conjuntos de slides era a seguinte: 

01 - 16 - Disney

17 - 32 - Disney 

33 - 48 - Pelezinho 

49 - 64 - Turma da Mônica 


Dessa maneira, o Cine Show foi um dos poucos brinquedos do Pelezinho, o que o torna um item raro. 

Veja abaixo duas tirinhas. Note que na da Disney a fala dos personagens é representada por legendas. Já a do Pelezinho tem balões como na maioria das histórias em quadrinhos.



Este brinquedo era a versão nacional do Give-A-Show Projector que a Kenner produziu nos anos 60 e 70.

O Pelezinho é a versão infantil do Pelé, o rei do futebol. Foi criado por Maurício de Souza nos anos 70 e teve revista própria, lançada pela Editora Abril entre 1977 e 1982.

17 de agosto de 2009

Quem lembra das canetas bolichinho?

Heloisa Ferreira


Quase chorei quando encontrei essa pérola nos Armarinhos Fernando há algumas semanas. Tudo bem que o fabricante deu uma renovada no visual (lembro dos pinos serem inteiros da cor da caneta e da bolinha ser preta), mas ainda assim é um clássico: as canetas bolichinho!

O preço do produto é baratinho (não saiu dez reais) e me trouxe tantas lembranças boas na hora em que vi que seria impossível não comprá-lo (e dividi-lo aqui). Vida longa às canetinhas, aos estojos com mil compartimentos e aos lápis de tabuada!

16 de agosto de 2009

Falcon - 1977/1982 [ Estrela ]

Alê Nunes


Em 1977 a Estrela lançou do Brasil aquele que foi com certeza um dos mais queridos brinquedos dos garotos da época, o Falcon.

Sendo uma das primeiras figuras de ação produzidas no Brasil, o Falcon tinha 12 polegadas (cerca de 30 cm), cabelo de verdade, articulações no pescoço, braços, cintura e pernas, além de contar com uniformes para vários tipos de missões, veículos e uma infinidade de acessórios.

Logo de início foram lançadas duas versões, o moreno sem barba com uniforme verde e o moreno com barba e uniforme camuflado.


Apesar do aspecto militar o Falcon era um aventureiro e essa vocação se firmaria ao longo dos anos.

Em 1978 surgiria o Falcon loiro, já com roupas não militares.

Em 1979 foi lançado o “Olhos de Águia”. A partir de então todos os Falcons viriam com uma alavanca da nuca, que acionada, mexia os olhos do boneco. Nesse mesmo ano apareceria a versão ruiva.


O ano de 1980 marca a transição para a fase futurista, em que todo universo Falcon apresentaria aspectos mais ligados aos super-heróis e ficção científica. Surge nesse ano Torak, o inimigo, com clara inspiração em Darth Vader (Star Wars), Cilônicos (Galáctica) e outros vilões que faziam sucesso na época.


Em 1981 surge Condor, o aliado, e vários acessórios futuristas, como arma laser, escudo e capacete.

 

Em 1982 veio Roboy. E este foi também o último ano com novos modelos, que continuariam a ser produzidos por mais dois anos.


 

Existem algumas imagens de protótipos de novos modelos e novos personagens que seriam agregados à linha, mas que infelizmente nunca chegaram a ser produzidos.

Falcons e Laserman (dir.) não produzidos.

Triton (esq.) e Falcon (centro) não produzidos.

Ao longo de todos esses anos muitos acessórios foram lançados para o Falcon. Existiam cartelas, chamadas de “Aventuras”, que traziam novas armas, equipamentos e roupas para o herói.


Entre os veículos pode-se destacar o helicóptero e o jipe, como os mais desejados, mas além deles ainda existiam buggy, bote, tanque, etc.

Tamanho foi o sucesso dessa série que outros produtos como camisetas, histórias em quadrinhos, discos (vinil) com histórias e jogo de tabuleiro tiveram o Falcon como tema.

GI Joe Adventure Team é nome original dessa série, que foi produzida nos anos 70 pela Hasbro nos EUA.
Vale ressaltar que a Estrela não se prendeu aos modelos criados pela Hasbro. Torak, Condor, Roboy e alguns uniformes foram criados pela fábrica brasileira e lançados exclusivamente por aqui.

Em 1994 e 2000 a Estrela lançou novas séries do Falcon, mas que não contavam com cabelo/barba de verdade, olhos de águia e muitos dos itens que garantiram o sucesso do original.

10 de agosto de 2009

Turma da Mônica no Museu

Alê Nunes


O MuBE (Museu Brasileiro de Escultura) está realizando uma exposição em homenagem aos 50 anos de Maurício de Souza.

Grandes painéis contam a história da Turma da Mônica. Muitos prêmios recebidos pelo Maurício e produtos licenciados também estão expostos.

Existe uma área dedicada a produção de quadrinhos e desenhos animados, e uma outra dedicada aos três novos longas que estão sendo produzidos em 3D, Horácio, Astronauta e Penadinho.

Para finalizar, uma verdadeira exposição de arte com versões de pinturas e esculturas famosas com os personagens criados por Maurício.

No quesito brinquedos, muitas raridades e algumas novidades. Seguem algumas imagens:

Mônica da Trol (anos 70)

Mônica da Estrela, coleção da Trol e outros produtos

Moldes da Turma da Mônica

Brinquedos do Pelezinho da Estrela

Pelúcias e CD-Roms (anos 90)

Mini Game

Jogos Sega

Vários brinquedos e os ainda não lançados bonecos da Turma da Mônica Jovem

Escultura a partir de modelo digital

9 de agosto de 2009

Galeria dos Brinquedos



A Galeria dos Brinquedos surgiu em 2002 através do contato entre alguns colecionadores de brinquedos pela internet, e logo se tornou uma lista de discussão sobre o assunto. Em 2003, se tornou o primeiro site nacional - não comercial - exclusivo sobre colecionismo de brinquedos, mantido por colecionadores. Um espaço criado para admiradores de brinquedos de todos os tipos e épocas.

Após alguma turbulência, um tempo fora do ar e tentativas de reativação em outros formatos, a Galeria volta neste blog.

A lista de discussão também será reativada no YahooGrupos.

Divirtam-se!